RETORTA, décadas de amor ao teatro…
O teatro foi, é e será sempre o grande motor deste grupo.
Apesar de a fundação datar do dia 19 de Março de 1942, o Grupo Dramático e Recreativo da Retorta apareceu muitos anos antes, existindo documentos e registos que provam essa longevidade nomeadamente os ensaios realizados na adega de uma mercearia existente no mesmo lugar. O grupo era constituído por um punhado de homens e mulheres amantes do teatro não havendo descriminação social. Dele faziam parte os mais cultos mas também os que não saberiam ler nem escrever.
Os mais velhos ainda se lembram do início. Relatam a dificuldade que as raparigas tinham em fazer teatro. Valia à Retorta o facto de o grupo ser constituído por famílias o que contornava naturalmente essa questão. No entanto, as raparigas iam sempre acompanhadas para o ensaio por um homem mais velho, que por norma seria o pai ou familiar próximo.
As estreias aconteciam normalmente no dia de Natal ou de Ano Novo no salão Paroquial de Campo. Já nessa época a Retorta tinha a preocupação de inovar nos seus trabalhos e como tal recorria a encenadores “de fora”. Eram pessoas com mais experiência e que traziam mais rigor aos trabalhos.
Curioso nessa altura, era o facto de os grupos produzirem peças quase como exclusivas, ou seja, quando Retorta “tirava” uma peça, essa peça passava a ser como sua, e por norma os grupos vizinhos respeitavam. Um exemplo disso, e que marcou bastante o grupo, foi a peça “Zé do Telhado” que proporcionou à Retorta o maior número de exibições fora e dentro do Concelho de Valongo. Ainda hoje, a Retorta é apelidada pelos mais velhos como o grupo “d`a Malta do Zé do Telhado”.
Apesar de todo o orgulho que tínhamos com o nosso passado, a Retorta queria dar o salto, evoluir naquilo que fazia. Essa transformação, que contou com a ajuda do Entretanto Teatro, aconteceu nos anos 90 do século XX. Pela primeira vez na nossa história, atores e técnicos começaram a receber formação. O impacto foi enorme e os resultados começaram a aparecer. Acabámos com o “ponto” e começámos a trabalhar com mais rigor. A luz e o som passaram a fazer parte do espetáculo, não como complemento, mas como parte integrante.
Fruto dessa transformação, a entrada no século XXI permitiu à Retorta a concretização de outros objetivos, nomeadamente, a criação do FESTAR – Festival de Teatro Amador da Retorta que possibilita a dinamização e a criação de públicos e a Escola de Formação de Teatro que ministrada por formadores credenciados e contando anualmente com cerca de 20 formandos, possibilita a necessária regeneração do grupo. Paralelamente a toda a sua atividade local, a Retorta participa em diversos encontros de teatro amador onde tem a oportunidade de apresentar os seus trabalhos.
PRÉMIOS CONQUISTADOS
2013 – VII edição do Festival Nacional de Teatro “Palcos de Outono” – Entroncamento: Melhor Espetáculo com a peça “A verdadeira História de Romeu e Julieta”
2013 – VII CALE-se – Festival Internacional de Teatro Amador de V. N. de Gaia: Melhor Sonoplastia (Flávio Oliveira), Melhor Figurino (O Grupo), e Prémio do Público com a peça “A verdadeira História de Romeu e Julieta”
2014 – MTA 2014 – Mostra de Teatro Amador de Valongo: Melhor Luminotecnia (João Pereira), Melhor Sonoplastia (Flávio Oliveira), Melhor Figurino (O Grupo), Melhor Ator (Vítor Hugo Oliveira), Melhor Atriz (Ana Rita Cruz), Melhor Encenação (Laura Ferreira) e Melhor Espetáculo com a peça “Óculos de Sol”
2014 – XV Festival de Teatro de Esmoriz: Melhor Atriz (Ana Sousa), Melhor Guarda-roupa (O Grupo) e Melhor Encenação (Laura Ferreira) com a peça “Óculos de Sol”
2015 – CONTE 2015 – Concurso Nacional de Teatro: Prémio “Orlando Worm” Melhor Desenho de Luz (João Pereira), Melhor Ambiente Sonoro (Flávio Oliveira), Melhor Guarda-roupa (O Grupo), Melhor Interpretação Feminina Secundária (Ana Sousa), Menção Honrosa Melhor Interpretação Principal Feminina (Núria Melo), Melhor Encenação (Laura Ferreira) e Prémio Ruy de Carvalho – Melhor Espetáculo com a peça “Óculos de Sol”
2015 – Prémio Europa 2015 – Melhor Espetáculo Europeu de Teatro Amador atribuído pela Confedereción Escenamateur (Espanha) à peça “Óculos de Sol”
2015 – MTA 2015 – Mostra de Teatro Amador de Valongo: Melhor Sonoplastia (Flávio Oliveira), Melhor Atriz (Ana Sousa), Melhor Encenação (Laura Ferreira) e Melhor Espetáculo com a peça “Mulheres”
2015 – PALCOS DE SANTO TIRSO 2015: Melhor Sonoplastia (Flávio Oliveira), Melhor Desenho de Luz (João Pereira) e Melhor Encenação (Laura Ferreira) com a peça “Óculos de Sol”
2016 – CONTE 2016 – Concurso Nacional de Teatro: Prémio “Orlando Worm” Melhor Desenho de Luz (João Pereira), Melhor Ambiente Sonoro (Flávio Oliveira), Menção Honrosa Melhor Cenografia (João Paulo Pereira, Vítor Oliveira, Maria Fontes e Paula Nogueira), Melhor Interpretação Feminina Secundária (Núria Melo), Melhor Interpretação Feminina Principal (Ana Sousa) e Melhor Encenação (Laura Ferreira) com a peça “Mulheres”
2016 – MTA 2016 – Mostra de Teatro Amador de Valongo: Melhor Atriz (Betina Rocha), Melhor Encenação (Joana Melo Costa) e Melhor Figurino (Ana Sousa) com a peça “Quero-te como o sal”
2016 – PALCOS DE SANTO TIRSO 2016: Prémio Melhor Desenho de Luz (João Pereira), Melhor Interpretação (Ana Sousa, Diana Pereira, Juliana Leite e Núria Melo), Melhor Encenação (Laura Ferreira) e Melhor Espetáculo com a peça “mulheres”
2017 – CONTE 2017 – Concurso Nacional de Teatro: Prémio “Orlando Worm” Melhor Desenho de Luz (João Pereira), Melhor Ambiente Sonoro (Flávio Oliveira), Melhor Cenografia (João Paulo Pereira e Octávio Pereira), Melhor Guarda Roupa (Ana Sousa), Melhor Interpretação Secundária Feminina (Ana Sousa), Menção Honrosa em Encenação (Laura Ferreira) e Prémio Ruy de Carvalho – Melhor Espetáculo com a peça “Palco de Babel”
2017 – MTA 2017 – Mostra de Teatro Amador de Valongo: Melhor Luminotecnia (João Pereira), Melhor Sonoplastia (Flávio Oliveira), Melhor Figurino (João Paulo Pereira e Octávio Pereira), Guarda Roupa (Ana Sousa), Melhor Encenação (Laura Ferreira) e Melhor Espetáculo com a peça “Palco de Babel”
SINOPSE
“uma história que não lembra ao diabo”
Num recinto de uma pequena feira de uma cidade do interior encontram-se, entre outros, dois malandros, uma família sonhadora que não tem onde cair morta, um compadre simplório que desaparece sem deixar rasto, um cego sem guia, um aleijado que não manca, um fotógrafo que tem uma máquina que corta pernas, um leque de vendedores insolentes e vigaristas, um fiscal armado ao pingarelho, um doutor dentista carniceiro, uma cigana que a sabe toda e uma meretriz capitalista e danada para os negócios.
O que é que todas estas personagens têm em comum?
Que querem da vida? Porque é que se cruzaram naquele dia de feira? Terá sido por acaso?
Ele há coisas que não lembram ao diabo…
Mas há quem diga que o diabo andou a fazer das dele, nesta história.
E por falar em história, querem vir à feira?
FICHA TÉCNICA
Dramaturgia
O Grupo
(a partir do original de “A Feira”, de Maria de Lourdes Ramalho)
Encenação
Laura Avelar Ferreira
Interpretação (por ordem alfabética)
Ator/Atriz
Ana Cruz
Ana Sousa
Betina Rocha
Diana Pereira
Emílio Cruz
Hélio Rebelo
Joaquim Costa
Maria Fontes
Maria João Pereira
Núria Melo
Vítor Oliveira
Caracterização
Paula Galante
Figurino
Ana Sousa
Hélio Rebelo
Maria Fontes
Paula Galante
Paula Nogueira
Adereços
Ana Sousa
Hélio Rebelo
Maria Fontes
Paula Galante
Cenografia
João Paulo Pereira
Laura Avelar Ferreira
Nuno Sousa Pereira
Octávio Pereira
Desenho e Operação de Som
Flávio Oliveira
Desenho e Operação de Luz
João Pereira
Design Gráfico
Nuno Sousa Pereira
Assistente de Encenação
Elisabeth Trindade
Género/Classificação Etária
Comédia/M6