CAMINHADA – THÉATRON FIGUEIRÓ
O grupo de teatro Caminhada pisou o palco, pela primeira vez, a 26 de outubro de 2013 com o espetáculo “Divina Confusão” – uma criação coletiva a partir da obra clássica “Anfitrião de Plauto”.
Mas, o Caminhada começou o seu percurso algum tempo antes. A vontade de retomar o teatro de amadores em Figueiró levou a que um grupo de entusiastas se juntasse para concretizar uma ideia que lhes andava há muito no pensamento. Percebeu-se rapidamente que não se poderia imitar o que já fora feito, principalmente nos efervescentes anos 80. Para o renascer era fundamental o apoio de quem sabe. Esse apoio veio da parte do Grupo Teatral Freamundense (GTF) que acolheu a ideia com entusiasmo. Era preciso um encenador, elemento crucial para o trabalho de levar à cena uma peça. Foi apresentada ao grupo, também por iniciativa do Francisco Graça do GTF, um verdadeiro “padrinho” do Caminhada, a Maria Carneiro. A freamundense, apesar de ser ainda muito jovem, tinha já um vasto currículo, contudo aceitou o desafio de ensinar os aspirantes a atores. O GTF tem contribuição importante nas luzes e som.
Assim, Maria Carneiro faz a encenação e adaptação do texto que passa a chamar-se “Divina Confusão”. A estreia acontece então a 26 de outubro de 2013. A expectativa é grande, a ansiedade a jorros. O público enche os lugares. O espetáculo agrada ao público. Tem “luz”! As apresentações repetem-se, sempre com casa cheia. Chegam convites para atuações fora de casa: Paços de Ferreira, Lousada, Penafiel…
Primeira prova superada com mérito.
Em 2014, surge o convite para participar no “Tridimensionado”, espetáculo de poesia concebido e encenado por António Durães para a Rota do Românico. Participa também na reposição com acrescentos do espetáculo, com Apoio do Município de Paços de Ferreira, e que se chamaria “Quadrimensionado”.
Havia agora que continuar. Com o sucesso da estreia aumentou a vontade de consolidar o projeto.
É proposto levar a palco “A Comemoração” de Harold Pinter. Aumenta a responsabilidade. O sarcástico texto do Nobel Pinter é um desafio. Mal iniciados os ensaios, dá-se a saída de Maria Carneiro, que aceita a proposta de se mudar para Sintra onde a espera o profissional Teatromosca.
Joaquim Martins foi o escolhido para liderar os trabalhos. Com sucesso o fez. Em maio de 2015, estreia “Comemoração &…” (&… porque são acrescentados outros textos).
A segunda aparição do grupo não desilude, antes pelo contrário. Após várias atuações surge o convite para participar no 32.º Festival de Valbom. O Grupo de Figueiró atua a 14 de maio de 2016.
Entretanto, o Caminhada só volta aos palcos em 2018. Apesar deste hiato, o grupo não esteve parado. Chega-nos às mãos o livro O Saco das Nozes de A.M. Pires Cabral, poeta e escritor transmontano que, recorrendo a contos tradicionais, cria uma comédia. O elenco conta com sete personagens, interpretadas pelos seguintes atores: Teotónio Pacheco, Ana Isabel, Paulo Gomes, Joana Santos, Zeza Silva, Luís Castro e Silvana Coelho. Joaquim Martins aos comandos.
Em abril, surge o convite da Câmara Municipal de Paços de Ferreira para atuar na Gaveta, auditório situado no Parque Urbano. Desafio aceite. É a antestreia do espetáculo “Saco Cheio”. O Auditório está lotado, há gente de pé. O público reage com grande entusiasmo. De boca em boca passam os ecos dessa noite.
A 12 de maio, os bilhetes para a estreia no salão paroquial de Figueiró estão esgotados. As críticas são muito favoráveis. Repetiu-se a 26. De novo casa cheia.
Para além de muitas outras saídas, participa no 35.º FETAV repetindo o êxito de 2016.
Em 12 de outubro de 2019, participa no 1.º Festival de Teatro de Paços de Ferreira, organizado pelo município.
E o Caminhada não para por aqui. Tem convites, tem ideias para novos percursos. Sempre com intuito de dar a sua modesta contribuição para o Teatro e para a Cultura em geral.
SINOPSE
“Cada terra tem seu uso, cada roca tem seu fuso.” Numa aldeia de mulheres tenazes, orgulhosas da boa tradição de bem guiar os maridos com rédea curta e sem pejo de usar a sua força para o efeito, o Padre, receoso do seu futuro na paróquia, promete compensar o homem que prove contrariar este “desvario”. O resultado é… Só Deus sabe!
FICHA TÉCNICA E ARTÍSTICA
Criação coletiva a partir do texto “O Saco das Nozes” de A. M. Pires Cabral
Adaptação e encenação
Joaquim Martins
Interpretação
Ana Isabel Silva, Luís Castro, Maria José Silva, Joana Santos, Paulo Gomes, Silvana Alves, Teotónio Pacheco
Anotadora
Teresa Coelho
Guarda-roupa
Virgínia Ribeiro
Maquilhagem
Ana Isabel Silva