A Banda Filarmónica da Associação Recreativa e Musical de Vilela tem a sua sede na freguesia de Vilela, concelho de Paredes, distrito do Porto-Portugal, tal como a maioria das suas congéneres nasceu à sombra da Igreja para solenizar as cerimónias litúrgicas.
Foi fundada em 1860 pelo padre Reitor da Aldeia José Machado e pelo Sr. Bernardino Magalhães que foi o seu primeiro contramestre, tendo como regente o padre Cardoso, pároco da freguesia vizinha de Duas Igrejas. A banda inicialmente era composta por 26 músicos e foi intitulada Banda de Santo Estêvão de Vilela. Em 1890 o Prof. António Gaspar Pereira assume a direção artística da Banda até 1917 data em que se vive uma grande crise económica mundial. Passa então a Banda a estar vinculada à fábrica da Boa Nova, passando a ser designada como Banda da Boa Nova de Vilela, sendo o seu maestro o Sr. Américo Presa, filho da terra. Com a crise económica os músicos passaram a ser funcionários na referida fábrica.
Com o historial de atuações, a Banda tem-se pautado sempre com brilhantes concertos nas diversas regiões do país e estrangeiro. Tem participado em diversos certames e concursos ao longo da sua existência, tendo granjeado sempre notáveis atuações de que dignas de registos e memória, das quais algumas se descrevem: Concurso de Bandas de entre Douro e Minho, tendo conquistado o 1.º lugar; Certame de Bandas de Música de Boqueixón (Santiago de Compostela, Galiza Espanha); Vilar de Cruzes (Galiza Espanha); Guillarei (Galiza Espanha); Argenteuil (França); Festival de Vila Nova de Cerveira, de Belinho, de Lousada, entre outros.
A última década foi particularmente pleno de atividade musical. Além das tradicionais romarias, a Banda efetuou cinco gravações de CDs: Desfolhando Cantigas, em 2005; Simplesmente Nosso, em 2008; Simplesmente Nosso II, em 2011, em Vilela; The Submerged City e Golden Eagle (gravados pela mundialmente conhecida editora holandesa Molenaar). Gravou ainda dois DVDs: Concerto Casa da Música, em 2010 e Certamen Internacional de Aranda de Duero, em 2017. Participou no X Festival Internacional de Bandas de Cascais; no IV Festival Filarmonia ao Mais Alto Nível, no grande Auditório do Europarque, em Santa Maria da Feira; em concertos na Fundação A LORD, em Lordelo, Paredes e Estúdio Fénix, em Fafe; terminou com chave de ouro no concurso Internacional de Bandas de Música Villa de Altea, em Alicante, Espanha, no qual conseguiu um honroso 2.º prémio.
No Ano de 2010, a Banda completa a bonita idade de 150 anos. As comemorações foram plenas de atividade.
Para abrir as comemorações tivemos entre nós a majestosa Banda da Armada, sobejamente dirigida pelo Maestro Délio Gonçalves. As comemorações continuaram com um concerto da Banda na Casa da Música – Sala Suggia, onde foram interpretadas algumas obras compostas para estas comemorações.
Ainda dentro do âmbito das comemorações foi realizado o 1.º Festival de Bandas, no qual participaram a Banda de S. Paio De Antas de Esposende, a Banda de Gueifães da Maia e a Banda Marcial de Fermentelos.
Para terminar este ano tão significativo, tivemos no dia 26 de dezembro (data do aniversário) missa, concerto, jantar e lançamento de um livro alusivo às comemorações do 150.º aniversário.
Em 2012 e 2014, a Banda participou respetivamente no IX e X concurso Internacional de Bandas de Vila Franca de Xira onde se classificou em 1.º lugar aos 2 prémios que concorreu no 1.º ano e em 2.º lugar no 2.º ano.
Em 2014, a Banda de Vilela associou-se às comemorações do 20.º aniversário da Academia José Atalaya, tendo para o efeito realizado um concerto no Pavilhão Multiusos com a participação do coro de pais e alunos da Academia, acompanhado pelo pianista italiano Giosuè De Vincenti e pela soprano Carla Lopes.
A Associação conta com uma escola de música, onde nasceram muitos dos elementos da banda, sendo que uma boa parte deles (alguns elementos com formação superior) segue atualmente em diversas formações musicais, entre as quais bandas militares, orquestras profissionais, Big Bands e diversas formações camarárias.
Em 2017, participou no XVIII Certamen Internacional de Bandas de Música “Villa de Aranda”, em Espanha, onde ganhou o 1.º lugar.
Em 27 e 28 de novembro de 2021, participou no VII Concurso Internacional de Bandas de Braga, obtendo o 1.º lugar.
No sentido de enriquecer e dinamizar o seu reportório, a Banda encomendou a diversos compositores nacionais e estrangeiros obras originais tais como: “Freitas” fantasia 2007, “Augusto Alves” Pasodoble 2010, “Vilela em Festa” marcha de desfile 2010, “Cantares de Vilela” rapsódia 2010, “Castelo do Inferno” obra descritiva do concelho de Paredes, ganhadora do concurso de composição de Ciudad Torrevieja 2010, “Vilela” poema sinfónico 2011, “Vasco Seabra” marcha de desfile 2012, “Carlos Pacheco” pasodoble 2014, “José Ricardo Freitas” Pasodoble 2016, “Homenagem A Celer” Marcha de Concerto 2017 e “Homenagem a Domingos Barros” Pasodoble 2017.
Atualmente, a opinião pública coloca as suas atuações entre as melhores bandas civis do país e essa opinião deve-se ao período de enorme vitalidade que a Banda atravessa, entre concertos de renome, gravações e composições originais.
Na sua história mais recente, passaram pela sua direção artísticos maestros dignos de memória, tais como: Capitão Pereira de Sousa, Maestro António Lopes (Diretor da Orquestra Sinfónica Portuguesa), 1.º Sargento Músico Daniel Silva, Prof. António Gomes, Prof. Miguel de Oliveira, João Gomes, 1.º Sargento Músico Manuel de Abreu Neto, 1.º Sargento Músico Armindo Nunes, entre outros.
É seu diretor artístico o Prof. José Ricardo Freitas e o grupo de trabalho é constituído por cerca de 63 elementos, com idades compreendidas entre os 10 e os 65 anos.
José Ricardo Freitas nasceu em 1977 em Pevidém – Guimarães.
Iniciou os seus estudos musicais na Sociedade Musical de Pevidém com os professores Vítor Fontão e Francisco Ribeiro.
É bacharel e licenciado pela Escola Superior de Música das Artes e do Espetáculo do Porto na classe de clarinete dos prof. António Saiote e Nuno Pinto.
Participou em master classes com António Saiote, Jorge Trindade, Michel Arrignon, Phillippe Cuper, Carlos Alves, Guy Deplus, Carbonare, Peres Pique, entre outros.
Participou em várias orquestras tal como a Orquestra Artave, Orquestra das Escolas Particulares 94, Sinfonieta, Remix – Ensemble e Remix – Orquestra, Orquestra do Norte, Orquestra Invicta de Clarinetes e Nacional de Sopros dos Templários.
Trabalhou com os seguintes maestros: Ernest Schelle, Emílo de César, Juan Trillo, Christophe Millet, Atalaya, Kevin Wauldron, Omri Hadari, António Saiote, Robert Houlihan, Stephen Asbury, entre outros.
Apresentou-se a solo com a Orquestra Artave sob a regência dos maestros Roberto Tiribiçá e Ernest Schelle.
Em 1997, foi laureado com o 3.º prémio (nível superior) no I Concurso Nacional de Jovens Clarinetistas, e obteve o 2.º prémio no mesmo concurso em 1999, assim como o 2.º prémio em música de câmara nível superior – Prémio Jovens Músicos – no respetivo ano.
Foi finalista no 1.º concurso internacional realizado pelo ClarMeet-Porto onde se apresentou a solo na final com a Orquestra Nacional do Porto interpretando o Concerto de Mozart.
Orientou master classes em Oliveira do Bairro, Piaget de Viseu, Conservatório de Vila Real, Paços de Brandão, Pocariça (Cantanhede), Felgueiras e Conservatório de Música de Paredes, Conservatório Nacional de Lisboa, Conservatório Nacional do Porto, Loures.
A convite do Porto 2001 S.A. realizou a ópera “Satyricom” de Bruno Maderna sob a regência do maestro Aldo Brizzi no qual fez o papel de clarinete solo, sobre a mesma identidade realizou a ópera “Cosi Fan Tutti” de Mozart.
Com a Orquestra Gulbenkian e com o Remix – Ensemble estreou a obra Trames de Emanuel Nunes para comemorar os 500 anos da descoberta do Brasil.
Gravou para a RTP e RDP.
Estudou Direção de Orquestra em master classes com Ernest Schelle, António Saiote, Jan Cober, Marcel van Bree, Eugenne Corporon e Douglas Bostock.
Foi maestro convidado pela Federação de Bandas Duriense e Trás-os-Montes onde realizou imensos concertos nas principais cidades do distrito de Vila Real e Espanha entre 2004 a 2006 encontrando-se estes trabalhos editados em DVD.
Dirige a Banda de Vilela desde 2002.
Luís Cardoso, conceituado compositor e maestro, dedicou a José Ricardo a obra Freitas – Fantasia Espanhola para banda e o compositor Ferrer Ferran dedicou as obras Castelo do Inferno (encomenda para celebrar os 150 anos da banda de Vilela – vencedora do concurso de composição Cidade Torrevieja VII) e Vilela (Poema Sinfónico) a José Ricardo e Banda de Vilela.
Entre muita atividade com a Banda de Vilela, destaca-se a cooperação com a prestigiada editora Holandesa Molenaar, com a qual já gravou três CDs e um 2.º lugar no grande Certamen de Bandas de Villa de Altea, em 2008. Em junho de 2010, a Banda atuou na Casa da Música na Sala Suggia com um enorme sucesso, encontrando-se este concerto registado num DVD. Em 2012, obteve o 1.° prémio no concurso de bandas internacional Ateneu Vilafranquense. Em 2014, o 2.°prémio no mesmo concurso. Em 2016, 1.° prémio em Aranda del Duero (Espanha). Com a Banda de Vilela tem editado três CDs, dois deles são dedicados a compositores portugueses com o título “Simplesmente Nosso” tem a particularidade de ser a expensas de músicos e maestro.
Em finais de 2021, saiu um novo trabalho discográfico só com obras originais os compositores Ferrer Ferran, Valdemar Sequeira, Luís Cardoso e Vítor Resende. Vítor Resende escreveu um pasodoble dedicado a José Ricardo Freitas.
É fundador do Quarteto de Clarinetes do Porto e do grupo Clarinetes Ad Libitum onde tem-se apresentado por todo o país, Espanha, Ilhas Canárias, Alemanha, Japão, França, China, Bélgica e Estados Unidos da América (USA).
Com o grupo Clarinetes Ad Libitum tem editado dois CDs.
Em 2016, foi convidado para membro de júri do concurso no ClarMeet-Porto.
Lecionou na Escola Profissional e Artística do Vale do Ave – Artave e no Centro de Cultura Musical – CCM, entre 1999 até 2010.
Atualmente leciona na Academia de Música José Atalaya, em Fafe, e é o maestro das orquestras de sopro.
É artista Buffet Crampon.
REPERTÓRIO
Marcha de Concerto
Autor: Ilídio Costa
De Cádiz a Tânger
Autor: Miguel Oliveira
Maestro J.R. Freitas
Autor: Hugo Nunes
Melro Branco
Solista: Ana Catarina
14 Minutos no Parque
Autor: Ilídio Costa
Queen Philharmonic experience
Arranjo: Diogo Costa
Cantares do Lima
Autor: Amílcar Morais